Volume 7 – 2016 – Tourism Issue (TUR4)

Memória do Contrabando e Emigração Clandestina em Melgaço: Patrimonialização e Musealização

Lídia Aguiar  1

1 ISCET – High Institute of Business and Tourism Sciences, Porto, Portugal

To cite this text:

Aguiar, L. (2016), Memória do Contrabando e Emigração Clandestina em Melgaço: Patrimonialização e Musealização, Percursos & Ideias, Vol. 7, pp. 44-51.

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Abstract

Neste artigo, contextualiza-se a problemática do contrabando e emigração clandestina em Melgaço, desde a década de 30 até ao final do século XX. Convocam-se, então, várias memórias, hoje ameaçadas, das suas populações, notoriamente envelhecidas, que importa patrimonializar, registando-as para preservação de identidades. E, sendo o contrabando uma atividade económica clandestina é seguramente difícil a sua identificação, assim como descrevê- la e comprová-la através de fontes documentais, pelo que o recurso às fontes orais representa hoje a metodologia mais adequada ao estudo deste fenómeno da história da raiana. Constata-se, ainda, que os fluxos do contrabando são muito variáveis, pois vão sobrevivendo às oportunidades que a fronteira lhes oferece, consoante as épocas. O contacto constante com novas realidades e a necessidade e vontade de oferecer um sustento seguro às famílias, abrem novos horizontes a muitos homens, surgindo, desse modo também, o fenómeno da emigração ilegal. Daí que este seja igualmente abordado neste artigo, pois se não podem dissociar estas duas realidades: contrabando e emigração. Estando ambas já hoje representadas no museu Memória e Fronteira, instalado no centro da Vila, este equipamento cultural, constituirá igualmente mais um outro objeto de análise, como exemplo de salvaguarda de um determinado património imaterial, que o concelho soube reconhecer como importante e marcante com vista sua própria identidade regional.

Keywords

Contrabando, Emigração clandestina, Histórias de vida, Museu, Memória, Fronteira.